Se você nunca usou nenhum pedaço de merchandise de Vader, está definitivamente em minoria – há bonecos, lâmpadas de mesa, chinelos, relógios, réplicas do sabres de luz, o Sr. Cabeça de Batata, mochilas, porta-copos, até mesmo de mochilas de golfe. Cara, você pode comprar uma torradeira que imprime o cabeção dele no seu pão.
Ele é tão cativante que nós tivemos toda uma trilogia de filmes baseada em contar as suas origens. Mas as coisas poderiam ter sido muito, muito diferentes. Com as decisões tomadas desde a concepção do personagem através de sua última aparição na tela, Anakin Skywalker/Darth Vader poderia ter sido irreconhecível, e nós veremos oito exemplos disso agora.
Menção Honrosa – Obi-Wan matou seu pai
Essa ideia nunca fez parte da história real de Vader, mas é fascinante que o plot twist mais famoso de todos os tempos tenha sido guardado com um segredo tão bem protegido.
Ele não ia entrar para o Lado Negro apenas para salvar Padmé
Muita gente não sabe, mas George Lucas já tinha uma boa ideia do que aconteceria na Segunda Trilogia enquanto estava produzindo a Primeira. No momento em que ele terminou O Retorno do Jedi, sua mente se focou em apresentar as origens de Vader. Então, ele começou a traçar os pontos geniais dos seus prólogos – a ascensão política de Palpatine ao poder, a queda de Anakin pro Lado Negro e o seu mergulho numa piscina de lava – semeando os filmes que não surgiriam por mais uma década.
O plano original pra queda de Anakin ia ser ele se voltando contra os Jedis, lentamente matando-os sem o conhecimento de sua esposa, com o Obi-Wan resolvendo o mistério no final. Isso é semelhante ao que foi finalmente entregue em Revenge Of The Sith, com uma grande diferença: no produto final, a motivação tem muito mais a ver com Padmé. Isso porque, até o final do filme, a história foi quase toda sobre como Anakin tornou-se marginalizado na sua própria ordem, o que parece muito mais crível do que rolar em flores com a namorada.
Lucas, por algum motivo louco, decidiu mudar de foco, mas não até depois do diretor filmar todo o Episódio III, ou seja, a importância sobre a morte de Padmé teve de ser expandida em cima de refilmagens feitas no último minuto. É por isso que essas cenas de romance ficaram tão forçadas.
Ele não era aprendiz do Imperador
Nos primeiros rascunhos do Star Wars, o Imperador estava longe de ser o grande mau caráter que se tornaria. Essencialmente um testa de ferro do Império controlado pelos vários Admirals – incluindo o Governador Tarkin -, ele foi concebido como um mero fantoche.
Enquanto isso já muda todo o equilíbrio da franquia, ele tem um efeito direto sobre Vader, removendo seu status de aprendiz e fazendo-o parecer mais como uma carta coringa, relatando-se a ninguém. Mesmo depois de decidir que o Imperador estava no controle, havia ainda uma questão do quanto controle direto ele tinha sobre Vader como um Sith. A questão de saber se Palpatine era um usuário da Força era comum no processo de script – e se ele não fosse, isso deixaria Vader ainda mais incontrolável.
Apesar dos filmes subsequentes deixarem claro que Palpatine é um usuário da Força, ainda demorou um pouco pros conceitos anteriores se desfazerem por completo – no Universo Expandido, muitos autores se esquivaram da identificação de Palpatine como Sith e apenas a Segunda Trilogia realmente estabeleceu unanimemente que ele era o real mestre de Vader.
Ele quase teve um sabre de luz azul
Em qualquer filme, as cores dizem muito: os inimigos usam cores mais escuras, e as mais suaves ficam pros combatentes mais elegante. A cor das explosões de laser é mesmo diferente pra eles – verde pra Imperial, vermelho pra Aliança. E, claro, os sabres de luz refletem o alinhamento do personagem; Jedi tem verde ou azul (ou roxo, se você for o Samuel L. Jackson), Sith tem vermelho. Simples, não?
Como você pode ver na arte conceitual acima, baseada numa versão anterior do script, Darth Vader empunha uma lâmina azul e Deak Starkiller – um irmão do personagem que se tornaria Luke, morto na cena de abertura – tem uma amarela.
É surpreendente como certas artes pintavam um panorama bem diferente do que a Galáxia realmente veio a se tornar. Será que Vader seria tão ameaçador com uma cor tão leve? Ou será que o azul combinaria bem com a armadura negra?
Lucas ia matá-lo antes de matar o Imperador
Quando escreveu o primeiro Guerra nas Estrelas, Lucas percebeu que a história era tão expansiva que tinha material suficiente pra muitos outros filmes, com a ideia de duas ou três trilogias estando em cheque desde o começo. Houve um tempo quando uma trilogia subsequente era mais provável do que retroceder na cronologia. A ideia para estes Episódios VII, VIII e IX são muito diferentes das que vamos ter nos próximos anos: nestes Luke sai à procura de sua irmã, que não é Leia, com os dois se unindo pra finalmente enfrentar o Imperador no Episódio IX. Mas as grandes mudanças começam num episódio VI alternativo.
No filme que se chamaria A Vingança do Jedi, Vader teria sido morto no segundo confronto com Luke. Isso iria, obviamente, mudar arco de Vader, removendo sua redenção final, mas também colocaria Palpatine de volta como o vilão principal.
Lucas decidiu fazer O Retorno do Jedi – o título mudou porque, bem, não houve qualquer vingança -, mantendo Darth Vader como o vilão central definitivo da saga.
Ele seria um personagem secundário – e nem se chamaria Vader
É fácil esquecer, numa galáxia cheia de Mauls e Tyranus, que Darth Vader era originalmente o nome próprio do personagem – durante seu duelo, Obi-Wan se refere a ele Darth, o que implica que, na verdade, esse seria seu primeiro nome. Isto é evidente nos primeiros roteiros, onde ele era apenas mais uma personagem imperial com um nome descolado.
Chamado Geral Vader na primeira versão, ele era apenas um vilão menor, que só aparecia uma vez ou outra. Um Lord Sith estava na história, na forma de Príncipe Valorum – um nome que seria reutilizado n’A Ameaça Fantasma -, um personagem totalmente diferente do que nos foi apresentado.
O segundo rascunho fundiu os dois personagens, marcando o surgimento reconhecível mais antigo do Vader que todos nós conhecemos e tememos. Mas havia uma diferença distinta: ele mal aparecia no filme, apenas na abertura onde ele enfrenta Deak – com um sabre de luz azul – e na batalha final.
Ele morreria no final de Uma Nova Esperança
De volta aos primeiros rascunhos, Vader/Valorum iria morrer no final do primeiro Star Wars. Um personagem menor com alguns poderes da Força, seu papel era essencialmente expandir seus sentidos através da Força, o que sua mera presença fez. Como um vilão secundário, no entanto, fazia sentido ele morrer antes dos créditos finais. Inclusive, a fuga de Vader é inteiramente baseada na sorte, já que um piloto do TIE Fighter – e não o Han Solo – tirou o vilão da jogada para longe da Estrela da Morte logo antes dela ser destruída.
Sem falar que a morte de Vader teria alterado a direção da saga completamente. Mesmo quando decidiu poupar Darth, Lucas já estava pensando em afastar a saga longe do conflito familiar pra algo mais galáctico. Mas outra coisa o fez mudar de ideia.
Ele não era o pai de Luke até o segundo rascunho d’O Império Contra-Ataca
O fato de Darth Vader ser Anakin Skywalker não foi inventado até o segundo rascunho d’O Império Contra-Ataca.
Olhando pras versões anteriores de Uma Nova Esperança, obviamente, isso seria absurdo. Anakin e Vader são dois personagens distintos em todos os rascunhos do primeiro filme, e se você ignorar a Segunda Trilogia, até os próprios filmes fariam sentido sem esse elemento. Houve até cenas filmadas durante os primeiros Star Wars que deixariam essa revelação totalmente sem sentido, incluindo um diálogo com o Luke que citava o pai dele.
Quando essa ideia surgiu, havia duas linhas de tempo de Star Wars: aquela onde Vader mata Anakin e aquela onde Vader é Anakin. A saga alternativa teria sido uma porcaria totalmente diferente, com a história de Luke menos emocionalmente e mais típica, enquanto Vader estaria longe de ser o vilão tridimensional que se tornou – e onde não faria nenhum sentido em mantê-lo vivo até o final da Primeira Trilogia.
Sem Máscara
A máscara de Vader é de longe o elemento mais icônico do personagem, tornando as respirações profundas quase palpáveis. É por isso que é surpreendente que ela não seja uma parte fundamental do personagem até começarem as gravações.
Quando Ralph McQuarrie soube que Vader estava viajando de uma nave pra outra na abertura, ele sugeriu a Lucas que ele deveria usar uma máscara de respiração. Isso seria lógico, mas ficou rodando na cabeça do diretor. Logo ele quis que esse personagem menor se tornasse uma ameaça mais prevalente. Percebendo o quão sedutor o respirador ficou, Lucas finalmente decidiu ter a máscara – que se limitaria apenas a essa cena – como parte do traje robótico permanente.
Antes da máscara ser adicionada, o plano era ter um personagem de elmo, mas com o rosto amostra, potencialmente ostentando uma armadura de inspiração samurai. Isso não só faria Vader imediatamente menos intimidante, mas também faria a revelação de sua paternidade impossível de vez, sem falar na data do filme – ainda hoje Vader parece futurista.
A falta de máscara nos teria dado um vilão menos ameaçador e teria reduzido o sucesso dos filmes. O capacete não fez só um Darth Vader completamente diferente, ele fez um Star Wars completamente melhor.
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